Anne Flores, de 31 anos, e Kédma Costa, de 33 anos, celebraram também a libertação delas. O evento foi promovido pela Igreja Cristã Contemporânea. A denominação evangélica é mais liberal e recebe fiéis da comunidade LGBT — sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Como a união de pessoas do mesmo sexo não é reconhecida legalmente no Brasil, as noivas assinaram um contrato de união homoafetiva.
Após sete anos de namoro, elas celebraram seu amor na cerimônia de casamento ministrada pelos pastores Fábio Inácio e Marcos Gladstone da Igreja Cristã Contemporânea no clube Monte Líbano, na Lagoa.
Anne e Kédma dizem estar estudando juntas com o objetivo de se tornarem pastoras.
— Há um ano, os pastores Marcos e Fábio celebraram o casamento deles e fomos madrinhas. Não esperava casar tão rápido — disse Kédma.
As duas subiram ao altar vestidas de noiva e ao som da marcha nupcial. Anne comentou a importância da data:
— Estamos comemorando nossa comunhão com Deus e nossa aliança de amor.
As recém-casadas viajaram para uma lua-de-mel em Angra dos Reis com seu sonho realizado.
Como também são pastoras e evangélicas, elas não brindaram com bebidas alcoólicas. Preferiram comemorar com canções como “Amor assim diferente”, composta pelas próprias noivas.
— Estou muito feliz. Tudo que a gente quer é ver gays que se reprimem e se sentem rejeitados voltarem a sonhar ter uma vida normal. A minha companheira tentou tirar a vida dela num momento de opressão.
A igreja evangélica (elas pertenciam à Assembleia de Deus) dizia que ela tinha que se libertar e não conseguia. Desde que se aceitou como lésbica, ela é outra pessoa e eu também — comemora Anne, que fundará ao lado de Kedma, também pastora, uma igreja em Niterói até o fim do ano.